sábado, 17 de março de 2007

La Paz

2° dia

Não foi difícil dormir com todo aquele cansaço da viagem, mas a altitude e o ar muito seco incomodou bastante, principalmente durante a noite. As meninas estavam sentindo muito os efeitos do soroche, mas provavelmente ficariam melhor ao longo dos dias. No café-da-manhã do hotel fomos oficialmente apresentadas ao chá de coca. Ou mate, como eles chamam por lá. Coloca-se as hojas de coca no fundo da xícara e depois é só tacar água caliente por cima. Meio amargo, mas nada que umas gotas de adoçante não dêem jeito. No mais, o café era bem chinfrim. O pão era meio estranho, meio fino, meio duro e totalmente sem gosto (depois descobrirmos que por toda Bolívia o pão era assim). Uma manteiguinha aqui, uma marmelada ali e devoramos nosso café-da-manhã pra sair e conhecer a cidade.

Decidimos descer a rua e andar até a Plaza de Armas. No caminho, a Plaza San Francisco com a Igreja Nuestra Señora de Los Angeles (de 1549). Chegamos bem na hora da missa, então a praça estava cheia de pedintes. Conforme fomos deixando as ruas mais turísticas da cidade, pudemos sentir como o país é pobre e seu povo, miserável. Ao redor da Plaza de Armas já tem um área mais comercial, então começavam a aparecer os engravatados, mas sempre misturados a gente muito pobre pelas ruas. E claro, em cada esquina, uma barraquinha vendendo alguma coisa. Óculos escuros, gorros, amendoim, milho... tem pra todos os gostos e necessidades.

A Plaza de Armas é mesmo muito bonita, como em todas as cidades latino-americanas (acho que menos o Brasil, infelizmente). Ali ficam o Congresso, o Palácio do governo e a Catedral. Estava tendo alguma coisa importante no congresso, que não conseguimos descobrir o que era, pois havia vans de tv e repórteres por todos os lados!

A andança pela cidade deixou a Bella e a Iraman exaustas. Realmente, cada passo é um esforço àquela altitude. Resolvemos parar pra comer num restaurante chamado Naira, lugar que parecia muito bonitinho e limpinho e fazia um estilo vila italiana. Pra variar, eu estava faminta. As meninas estavam meio enjoadas pra comer, mas decidimos sentar e pedir alguma coisa mesmo assim. Pra não ter erro, fui no pollo (frango) com papas (batata) e as meninas preferiram a carne de res (boi) mesmo. Dica? Peçam sempre o pollo!! A carne que veio era estranhíssima!! Além do mais, o bife era gigantesco, o que deixava aquela carne ainda mais estranha. E o que só aumentou o enjoo da mulherada... Viva o frango!

À tarde fomos conhecer o Museo de Coca, que já tinha sido muito bem recomendado. E realmente valeu a visita. O museu é super simples, até mesmo meio improvisado, mas o conteúdo é de cair o queixo. Conta toda a história do povo boliviano, que sempre esteve ligada à coca, desde as sociedades pré-hispânicas até a os dias do imperialismo americano. Todos deveriam visitar esse museu. Programa imperdível pra se fazer em La Paz.

De volta ao hotel, só nos restava descansar das andanças sofridas pelas ladeiras da cidade. Nosso quarto tem TV a cabo, o que rendeu boas risadas com os programas dublados em espanhol. Aqui pega a TV Globo Internacional e pudemos acompanhar como anda a crise no Brasil e em que pé está a CPI. Também temos internet de graça. Todo mundo aproveitando mesmo as mordomias, porque era bem provável que não tivéssemos a mesma sorte no futuro.

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