terça-feira, 24 de abril de 2007

De volta a Cusco

19° dia

Levantamos umas quatro e pouco da manhã e ainda tivemos que acordar nossos vizinhos brasileiros que estavam sem despertador. Se bem que todos por ali já estavam mais que acordados, visto que a obra no hotel começou por volta das quatro da matina e não deixou um só hóspede dormindo...

Ainda era noite quando nosso trem saiu pontualmente às cinco e meia da manhã, repleto de turistas sonolentos. As poltronas eram confortáveis o suficiente para uma rápida soneca antes da chegada à Ollantaytambo, de onde partem os ônibus para Cusco. Mas o clarear do dia começava a revelar uma linda paisagem e aos poucos fomos acordando uma por uma para contemplar as belezas do nosso caminho de volta. Chegamos bem despertas, mas nada prontas para a surpresa: nossa baldeação era um verdadeiro caos. Dezenas de turistas disputando os lugares dos poucos microônibus que ali estavam estacionados. Outros tantos moradores locais ofereciam vaga em táxis e vans. E nós quatro ali sem ter idéia do que fazer. Se estapear por um lugar no ônibus ou gastar uma grana alta e voltar à cidade de uma forma um pouco mais civilizada? Para nossa sorte, os dois brasileiros que estavam no nosso hotel em Águas Calientes se uniram ao nosso drama e, juntos, dividimos um táxi. O que também foi um certo sufoco, visto que éramos seis pessoas além do motorista num carro que deveria ter a idade de todos nós somados. A situação nos proporcionou uma hora de risadas nervosas no carro, principalmente do corajoso voluntário que viajou na mala.

Chegamos a Cusco pela manhã e o quarto no nosso antigo hotel já estava devidamente reservado. Tudo acertado, fomos tomar desayuno com nossos mais novos companheiros de viagem. Depois de quatro dias no mato, aproveitamos pra tirar a barriga da miséria e caímos de boca no desjejum mais completo do cardápio: café, leite, suco, pão, queijo, ovo, crepe e tudo mais que se pode imaginar! Depois do banquete, nos separamos com a promessa de curtir a noite juntos mais tarde. Até lá, decidimos passar o tempo vagando pelas ruas da cidade e, principalmente, descansando.

Depois de um banho não tão bom quanto eu merecia (nosso chuveiro tinha uma quedinha pela água fria) fomos encontrar com os brasileiros para conhecer a famosa pizza quilométrica. Para a nossa surpresa, a tal pizzaria ficava na mesma rua do nosso hotel, tão perto que acabou virando parada obrigatória nos dias que seguiram. Nem preciso dizer que medir nossa nova musa em quilômetros era um exagero, mas posso assegurar que a danada alimentou metade do grupo, que agora já contava com oito esfomeados (inclusive o guia peruano que levou os meninos à Machu Picchu via Salcantay, a difícil trilha alternativa que dura 5 dias).

Depois de muita pizza e muita cerveja era hora de gastar as calorias extras nos (muitos) bares de Cusco. Os abundantes free drinks, oferecidos por garçons na porta dos bares e boates para chamar a clientela, garantiram o máximo de animação da noite pelo mínimo de gasto. Quando a maratona cansou, paramos de vez no Mama América, que, naquela noite, parecia ser o mais divertido (leia-se: com mais turistas bêbados fazendo insanidades). Apenas quatro remanescentes do grupo sobreviveram até o fim da noite, enquanto a outra metade rendeu-se aos prazeres da cama (calma, sem duplo sentido!). Depois de assistir a um genuíno striptease de possíveis suecos (quem sabe alemães ou talvez holandeses) e duvidar do próprio estado etílico dançando ao som da outrora famosa música baiana Dança do Vampiro (é impressionante o que se escuta na noite cusqueña), a metade da qual eu fazia parte também deixou o local. Em boa hora.

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