quinta-feira, 12 de abril de 2007

Enfim lá: a chegada a Machu Picchu!

18° dia

Nossa terceira, e última, noite foi um pouco agitada. Pelo menos para mim, que acordei com a Isa, minha companheira de barraca, aos berros avisando que havia alguma coisa lá dentro. Imagina como não fica uma pessoa ao acordar com gritos no meio da mata a mais de 3 mil metros de altitude numa barraca escura. Passado o pânico inicial, percebi que ela estava sonâmbula, descontrolada e decidida a acordar todo mundo no acampamento!

O show da madrugada mal tinha terminado quando os porteadores vieram nos chamar para o café-da-manhã. Ainda era noite lá fora e, mesmo com o relógio marcando quatro da matina, todos os turistas já estavam de pé. Fizemos uma rápida refeição e preparamos nossas coisas para as últimas duas horas de trilha antes de chegar ao nosso destino final.

Depois de agüentar cerca de quarenta minutos de frio e escuridão na fila do posto de controle, finalmente partimos. O clima entre os turistas era de ansiedade e muita pressa. Pela primeira vez eu vi as pessoas andando rapidamente e se esforçando para ultrapassar umas as outras. Eu mesma fiquei tensa quando precisei parar para tirar o casaco depois de passar alguns bons minutos fritando dentro dele, mas sem querer interromper a caminhada e ficar pra trás enquanto todos se apressavam em chegar. Eu estava numa verdadeira maratona.

A escadaria final é a última provação da trilha e parece interminável, mas dessa vez o cansaço não era capaz de parar ninguém, afinal, cada passo era um degrau a menos que nos separava das ruínas incas. Nos últimos metros da subida já era possível escutar gritos e palmas, mas entre os que ainda lutavam na escadaria, apenas um silêncio cúmplice de quem pensa "como vai ser quando for a minha vez de pisar lá?".

Emocionante. Essa era a resposta. Uma mistura de alívio pelo fim daquele desafio e a alegria de poder ver o sol nascendo na cidade sagrada dos incas. Inti Punko é o platô de onde se tem a primeira vista de Machu Picchu e onde dezenas de turistas se sentam exaustos, boquiabertos e pensativos por alguns bons minutos antes de começar a descida e poder, enfim, pisar num dos mais importantes sítios arqueológicos do mundo.

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