terça-feira, 24 de abril de 2007

Aguas Calientes

Deixamos Machu Picchu um pouco depois das três horas num microonibus que sai em direção à Aguas Calientes de meia em meia hora. Por ser a base dos viajantes que vão ou voltam das ruínas, a cidade, apesar de pequena, é muito charmosa, cheia de bares, restaurantes e lojinhas. Mesmo assim, só pensávamos em ir pro hotel, trocar de roupa e conhecer as famosas águas termais da cidade. Seria nosso primeiro banho em quatro dias, logo a ansiedade... e a sujeira eram grandes.

Encontramos com a Mabi, nossa guia, pouco depois de chegar à cidade e ela nos levou ao nosso hotel para, enfim, se despedir. O lugar era um tanto estranho, parecia que ainda estava em construção mas, como ficaríamos por lá apenas uma noite, não vimos muito problema na obra. Depois de criar coragem para soltar meu cabelo e ver o estrago causado por quatro dias longe de um bom banho (meus fios lisos ganharam cachos que nem um baby liss seria capaz de fazer), colocamos o biquíni e fomos atrás das aguas calientes.

Subimos a rua principal da cidade felizes da vida com a perspectiva de um relaxante banho quente, mas quando chegamos a decepção foi total. Acreditava ter chegado num piscinão de Ramos...quente. Um sopão de gente estranha e homens que esperavam, sem cerimônia, o momento em que as gringas fossem mostrar seus biquínis (e algo além deles). Apesar da nossa conciência nos mandar dar meia volta e sair correndo de lá, o corpo pedia um banho urgente e lá fomos nós encarar as águas turvas mais famosas do Peru.

Não aguentei muito tempo naquela piscina estranha. Meu cabelo parecia mais melado do que antes e o chuveiro do hotel tinha se transformado numa opção infinitamente melhor. Enquanto Iraman e Bella ainda aproveitavam o calor das águas termais, eu e Isa fugimos para beliscar alguma coisa no bar local e conversar com um peruano rastafari malucão que trabalhava ali. Assim que começou a esfriar, voltamos pra cidade.

De volta ao hotel, descobrimos que nossos vizinhos de quarto eram brasileiros de Cuiabá e que também tinham acabado de chegar de Machu Picchu. Depois de aconselhá-los a ficarem longe das termas fomos, enfim, tomar banho, o que também não foi essa maravilha toda porque pela falta de espaço na mochila, só havia levado sabonete. Mas pelo menos deu pra tirar os resquícios da água fedida na qual eu tinha acabado de me banhar.

Saímos para comer na charmosíssima pizzaria Inka Wasi na rua principal da cidade. Foi uma escolha difícil, visto que por lá não faltam bons restaurantes, porém acertada, pois degustamos uma das melhores refeições de toda a viagem. Voltamos cedo pro hotel e caímos na cama. Estávamos exaustas e no dia seguinte, nosso trem partiría às cinco e meia da matina. Delícia...

Nenhum comentário: