quinta-feira, 5 de abril de 2007

Começa a Trilha Inca

15° dia

A noite foi péssima pra Isa. Enquanto a gente descansava pra encarar os percalços do dia seguinte, ela passava a noite em claro vomitando no banheiro. Não sabemos exatamente o que se passou, se foi comida, se foi água... o fato é que na manhã seguinte ela estava um trapo. Dona Leda, a dona do hotel, nos serviu o café mais cedo, e às 9 em ponto a Mabi passou para nos buscar. Como a Marisol estava doente, Mabi seria nossa guia pelos próximos quatro dias e embarcou conosco no microônibus que estava buscando os turistas.

Depois de um bom tempo no ônibus, chegamos a Ollantaytambo, cidade base para partir rumo à trilha inca. Aproveitamos a parada para comprar nosso mais novo companheiro de viagem: um bastão de trekking feito de bambu e ornamentado à moda peruana. Viajamos mais alguns minutos e chegamos ao ponto final. Daqui pra frente só à pé. Vai começar a aventura!!

Mas antes de partir, pausa para o almoço. Os porteadores eram tão eficientes que antes que a gente pudesse perceber, a mesa já estava posta e a comida, sendo preparada. Para abrir o apetite, um refresco...quente! Parecia um suco morno de groselha que, depois do estranhamento inicial, ficava uma delícia. Em seguida, uma sopa muito boa acompanhada de um pão de alho melhor ainda e, pra terminar, o bom e velho macarrão! Estava me sentindo num banquete real.

Depois da bomba de carboidratos, chegou a hora de botar o pé na estrada. A trilha começa em um posto de controle e na ponte pênsil. Como o fluxo de turistas é controlado, há que se esperar um bom tempo até que todos estejam devidamente cadastrados e liberados para, então, seguir caminho. Infelizmente, nosso grupo se resumia apenas a nós quatro, apesar de eu ter pedido incansavelmente à Marisol para nos colocar com outros turistas e tornar nossa experiência ainda mais agradável. No entanto, é impossível fazer o percurso sem a companhia de outras dezenas de turistas.

Munidas de protetor solar, repelente, protetor labial, cajado, água e hojas de coca andamos por aproximadamente cinco horas. A Isa sofreu bastante com a subida, pois ainda estava se sentindo muito mal. A trilha no primeiro dia é razoavelmente leve, não fosse o peso da mochila nas costas que estava arrasando com os ombros pouco acostumados com peso. Chegamos ao acampamento pouco depois da hora prevista e já começava a anoitecer. Com ajuda da lanterna, tomamos um banho de lenços umidecidos, os indispensáveis baby-wipes, e desodorante antes do jantar. O cabelo, sempre preso, começava a ficar gosmento e as unhas davam sinais de que não permaneceriam intactas até o quarto dia. Necessidades fisiológicas? No matinho, ué?!

Tomamos um lanchinho para fazer hora pro jantar. Chá, biscoito e o tal "refresco". Ficamos batendo papo na mesa e a Mabi sempre se divertindo contando histórias de terror da região. Pior do que escutar os 'causos' de seres estranhos que habitam aquela selva, era ouvir falar dos acidentes que já ocorreram na trilha: um brasileiro que subiu a trilha de Waynapicchu muito rápido e teve um ataque cardíaco assim que chegou; uma japonesa que foi posar para uma foto e despencou em um barranco ("mais pra trás, mais pra trás..."); e um cara que foi atingido por um raio assim que chegou a Waynapicchu num lindo dia de sol (a melhor parte da história: enquanto ele se sacudia todo com o choque, as pessoas achavam que ele estava comemorando a chegada ao cume!!). Verdadeiras ou não, as histórias da Mabi nos divertiram muito naquele lugar isolado no meio do nada.

Jantamos ali mesmo e não demoramos em nos recolher às nossas respectivas barracas, já que teríamos que estar de pé às seis da manhã no dia seguinte.

2 comentários:

Unknown disse...

Cissa, tô indo fazer a trilha em junho.
Qual o hostel de vcs em Cuzco e qual a empresa do treeking?
Vale a pena comprar roupas para a trilha aí mesmo?
Douglas
dfitarelli@hotmail.com

Unknown disse...

Olá Cissa,

Estou planejando em fazer a trilha Inca (além de visitar outras cidades no Peru)em Outubro/07.
Irei sozinha....a não ser (como aconteceu com vc. ) que algum amigo queira se juntar a essa trip...Só que eu tb. não abro mão de trilha Inca!Rs...
Tenho lido muito a respeito mas sempre fica a dúvida em relação a mochila. Vcs. fizeram a trilha com a mochila de ataque (20L é suficiente?!) ou com o mochilão mesmo e pediu porteador ?
Existe a possibilidade de deixar a mochila maior no hotel?!E assim, a gente mesmo carregar a nossa de ataque?!
Obrigada pelo blog´...vale muito pra gente se informar antes de encarar um mochiolão...Principalmente eu que vou sozinha!
Ah, meu mail é erikavaloni@hotmail.com