segunda-feira, 14 de setembro de 2009

De molho!

Estava sonhando com um tempinho livre em casa para poder acertar os últimos detalhes da viagem e evitar a correria da véspera do embarque, mas não era exatamente isso que eu tinha em mente...

Contagem Regressiva

A menos de duas semanas do dia da viagem, começo a fazer mentalmente a lista de coisas ainda pendentes. Roteiro definido: ok. Albergues escolhidos: ok. Documentos: ok. Fíbula fraturada: ok. Ops, mas isso não estava no script!!!

Pois é assim que eu me encontro faltando 15 dias para botar o pé na estrada. De bota robocop e muletas, estou há seis dias de molho em casa sem poder pisar no chão nem pra tomar banho! Estou com uma fratura por estresse na fíbula direita devido aos meus treinos de corrida. Me disseram que exagerei, eu digo que me empolguei. Encontrei algo que me dá muito prazer e pretendo retomar meus treinos assim que voltar das férias, mas, no momento, estou mais preocupada em me recuperar a tempo de poder fazer uma viagem tranquila e sem maiores problemas. Ninguém merece ficar com dores no tornozelo em pleno deserto do Atacama ou, pior ainda, durante o trekking de Mendoza. Mas estou bastante confiante de que semana que vem sairei da minha consulta ao ortopedista sem bota, sem muletas e, principalmente, sem dor.

Vendo as coisas pelo lado positivo, posso comemorar porque ganhei muitos dias livres em casa para ajeitar as últimas pendências relativas a viagem. Já estão escolhidos os três albergues onde ficaremos hospedadas, mas só fizemos a reserva no primeiro, em Santiago. Como faremos uma trilha de dois dias em Mendoza, nossas diárias dependerão dessa noite em que dormiremos fora (muito provavelmente em Uspallata). Combinei com a equipe do albergue Campo Base que acertaremos tudo assim que chegarmos a Mendoza. Quanto ao Atacama, ainda nada decidido - deixamos para comprar as passagens no próprio aeroporto de Santiago, já que o preço, se comprada aqui no Brasil, é absurdamente mais alto. Com isso, preferimos deixar para fazer o contato com albergue apenas quando estivermos com as passagens em mãos. Mas já elegemos nossos preferidos:

- Santiago: Hostel Bellavista
http://www.bellavistahostel.com/

- Mendoza: Hostel Campo Base
http://www.hostelcampobase.com.ar/

- San Pedro: Don Raul
http://www.donraul.cl/

Ainda faltam acertar aqueles últimos detalhes bastante chatos, mas de grande importância. Seguro de viagem (ninguém deve viajar sem um, a gente nunca sabe o que pode acontecer) e troca de dinheiro (estamos com um orçamento de 70 dólares por dia, já incluindo os passeios, alimentação, estadia e passagens terrestres). De forma alguma pretendemos repetir os erros do passado, até porque pisar na bola duas vezes já é burrice. Dessa vez, o cartão de crédito viaja junto como integrante fundamental para o sucesso da expedição e bem estar das viajantes. Que alegria!

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DICA: Ao usar cartão de crédito em viagens para o exterior, nunca deixe de avisar a operadora do cartão sobre o destino e a duração da viagem. Qualquer movimentação suspeita com o seu cartão (se não for devidamente avisada) pode causar o bloqueio do mesmo e, claro, muita dor de cabeça. Uma simples ligação evita todo esse transtorno.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

WAR

Descobri que meu mapa de viagens hoje ficaria assim. Confesso que fiquei meio desapontada. O total de 15 países que eu já visitei representam apenas 6% desse mapa...











Aí, pra me alegrar, fiz um novo mapa com todos os lugares que eu sonho poder conhecer em breve... Pensando bem, acho que vou precisar de muito mais do que 30 dias por ano!!
OBS: faltou a Antártica nesse mapa!!! Importantíssimo!











Quer colocar num mapa todos os lugares que já conheceu? Acesse http://www.world66.com/myworld66/visitedCountries.

Próximo destino

Falei tanto em sonhar e partir e até agora não apresentei nosso novo destino. Digo nosso, porque, mais uma vez, não estarei sozinha nessa nova empreitada. Da expedição original a Bolívia e Peru restamos apenas Iraman e eu, mas ganhamos uma nova companheira de aventuras: nossa velha amiga Marcia. Faltando apenas quinze dias para botarmos o pé na estrada juntas novamente, temos a certeza de que outra grande aventura nos espera: Santiago, Mendoza e, por fim, San Pedro do Atacama. Se quando partimos há quatro anos, Machu Picchu era nosso maior objetivo e grande sonho de consumo, dessa vez, o deserto do Atacama é a verdadeira estrela da viagem. Enquanto Santiago entrou no roteiro pelo motivo óbvio, Mendoza surgiu a princípio como passeio de fim de semana, mas aos poucos foi recebendo a atenção merecida. Há alguns meses, estava tão empolgada com tudo o que havia descoberto sobre a região, que até deixei o deserto chileno de lado por um tempo. Infelizmente, o que mais me atraiu na nossa passagem pela Argentina teve que ficar de lado: a trilha de três dias até o acampamento base do Aconcágua, chamado Plaza Francia, só poderia ser feita a partir de meados de novembro, tarde demais para nosso cronograma. Minha decepção na hora foi enorme, mas são coisas que a gente tem que saber lidar na hora de planejar uma viagem: nem sempre dá pra fazer tudo de uma vez só. Como consolo, decidimos fazer um trekking de dois dias pela região da Alta Montaña, de onde iremos, como consolo, apenas avistar o Aconcágua. Ao invés de duas noites acampadas em barracas na montanha, um pernoite em (aparentemente) confortáveis chalés . Pensando bem, não me parece má idéia.

Mas não pensem que andei todos esses anos apenas sonhando em partir. Meus trinta dias de férias são sagrados e nunca desperdiçados. Viajei pelo nordeste brasileiro - Bahia, Pernambuco, Rio Grande do Norte - pela Argentina - Buenos Aires e Bariloche - e fiz "aquele" mochilão simbólico, quase um rito de passagem, pela Europa - Itália, República Tcheca, Alemanha, França e Espanha. Não sei bem por que deixei de relatar minhas andanças pelo mundo nesses últimos anos, nem mesmo por que resolvi voltar a escrever agora. Mas uma coisa é certa: estou sentindo a mesma ansiedade e a mesma alegria de quatro anos atrás, quando botei, pela primeira vez, um mochilão nas costas e saí por aí. E me deu uma vontade danada de dividir com todo mundo minha nova aventura.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Valeu, Google!

(*) Sim, a frase é de Amyr Klink. Está no livro Paratii.

Como eu só li Mar sem Fim, tive que apelar pro Google. Mas acreditem, descobrir essa fonte foi mais difícil do que pode parecer. As pessoas precisam parar de sair repetindo por aí, como robôs, o que escutam ou lêem. Nem mesmo num site chamado Pensador.com (???), foi citada a fonte do pensamento em questão. Fica aqui a minha crítica!

"Um dia é preciso parar de sonhar e, de algum modo, partir"

Já me deparei com essa frase, atribuída a Amyr Klink, em dezenas de sites sobre viagens e fóruns de mochileiros de todo o mundo. Se a frase é dele ou não, fica a dúvida, pois não consegui encontrar a fonte original em nenhuma das vezes em que encontrei a citação. Coisas da internet... Não costumo me apegar a frases de efeito, e detesto ficar citando-as por aí na falta de algo melhor para dizer, mas preciso admitir que tenho um apego todo especial a essa do título. E também espero que seja mesmo do Amyr, a quem eu passei a admirar e respeitar muito depois de ler suas incríveis jornadas.
O fato é que essa frase faz muito sentido pra mim. Ainda mais quando vejo pessoas a minha volta que se dizem loucas para conhecer tal cidade ou ver aquele monumento, e que simplesmente não conseguem botar o pé na estrada. Falta tempo, falta dinheiro, falta planejamento, falta roteiro, falta companhia. São tantos os empecilhos, que eu comecei a perceber que partir é muito mais difícil para algumas pessoas do que eu imaginava. Acho que muita gente prefere continuar sonhando.
Mas não me entendam mal. Considero o "sonhar" uma parte essencial da viagem. Não tem nada mais prazeroso do que escolher o "sonho" da vez, a nova meta, o novo destino e ir, aos poucos, dando rumo a nova aventura que está para começar! Sou daquelas que passam horas na internet pesquisando tudo sobre o lugar para onde pretendo ir, descubro as dicas, fico por dentro das roubadas, saio a procura de livros, guias, revistas, converso com pessoas que já estiveram lá...no meu mais novo sonho de consumo. E não paro por aí. Faço verdadeiros dossiês com tudo o que eu descobri, rabisco possíveis rotas, crio até planilhas para desenhar o roteiro (e encho a caixa de email das minhas companheiras de viagem com a mesma empolgação). E mesmo com tudo isso, posso afirmar: não sou neurótica com organização, muito menos cautelosa em excesso. Faço tudo isso porque simplesmente amo sonhar. Mas amo mais ainda, partir.